a minha prenda (estou uma porcaria mas pronto T_T):
Fanfic
“A Fúria do Futuro”
Ana estava sentada no banco do jardim, escutando as palavras dóceis que o vento lhe trazia, apaziguadas pelo chilrear dos pássaros à sua volta. A sua alma cobria-se de um pano tenebroso, tão negro como seus olhos reflectiam, a dor, a tristeza, o desespero. A sua sombra esfaqueava o ar, arrastando-se na luz em pesados passos, caminhava por um destino que sabia o ponto de chegada mas desconhecia o inicio de tudo, sentia-se perdida.
No entanto, o corpo continuava ali, congelado pelo livro que ostentava nas suas mãos, a sua palidez assustadora contrastava com os lírios que ornamentavam o seu cabelo d’oiro, enquanto os seus lábios eram selados a todo o custo.
Fechou os olhos, comprimindo-os de dor, abraçou-se a si própia num desespero total e deixou cair no vazio imune à tristeza que lhe invadia a alma. Soluçou por momentos e sussurrou a si própria:
- “E no fim... Ela sacrificou-se por ele.”
Conteu-se e levantou-se inerente do banco. Pegou o livro e fechou repentinamente como se a sua vida tivesse terminado ali, naquele mesmo instante. Caminhou sombriamente por aí, onde fosse, não sabia, talvez porque agora soubesse demais, talvez porque o futuro aproximava-se dela a correr e secalhar ela não quisesse vê-lo chegar, mas sim vê-lo partir para um longe distante.
Keita aproximava-se dela apressado e tinha a respiração ofegante. Apressou-se a falar:
- Desculpa-me, meu amor. Tivemos uns atrasados nos ensaios! – disse beijando-a.
- Não faz mal. – disse em palavras frias despropositadas.
- Passa-se alguma coisa? – perguntou preocupado.
- Não, não é nada. – olhou para o lado constrangida. – Tens alguma coisa para me dizer? – parecia pertubarda.
- Como tu sabes que te tenho algo para dizer? – riu-se nervosamente Keita, Ana não respondeu.
“Será que ela já sabe?” Pensou nervosamente Keita, remexendo o seu bolso.
- Bom... É que... – gaguejava.
Enquanto isso, Ana mirava para um nada descoberto, onde não teria de enfrentar Keita, onde não teria de pensar no futuro, onde a chuva se desenharia dentro de breves instantes, e, como ela previa, a chuva caía do céu desamparada, fazendo desaparecer o sol que há poucos instantes exebia o seu resplendor. Perdeu-se nos pensamentos...
***Memória***
Na livraria, a velha estranha falava dificilmente para Ana:
- Tu não acreditas, minha jovem?
- Não existem livros que contem o nosso futuro! – ripostou Ana, achando tudo uma grande brincadeira.
- Pois não... – concordou a velha. – Mas existem aqueles que nos contam o destino, e agora que o começaste a ler, já mais o deixarás de ler até ao fim.
- É quase impossível neste momento eu encontrar um rapaz alto, moreno e simpático por quem me vou apaixonar! – zangou-se Ana vendo as parvoices que a velha fazia para lhe vender o velho livro.
A velha apenas olhou para ela fixamente, lançando-lhe um olhar compremetedor e logo de seguida desviando-o para a porta. Ana acompanhou-a com o seu olhar e o silêncio impôs-se. Um rapaz com a descrição do livro entrou na livraria e dirigiu-se à velha, perguntando:
- Onde fica a secção de música?
- Ali. – respondeu a velha.
O rapaz foi logo para o local, agradecendo à velha senhora. Ana corou dos pés à cabeça e pensou:
“Keita!”
Enquanto se escondia por trás do livro, a velha afastou-se e a velha conseguiu ouvi-la murmurar, algo como, “alto, moreno e simpático”. Fingiu observar a prataleira à sua frente.
Keita pagou um livro que ela não conseguiu ver o titulo e olhou para ela, logo ela pôs os olhos no velho livro “advinho” fingindo-se muito concentrada.
- Vais comprar esse livro? É muito bonito, eu já o li! – falaram nas costas dela.
- Vo-vou. – gaguejou Ana virando-se nervosamente.
- Então eu fico à espera de ti lá fora. – informou brincalhão.
- Ai ficas? E porquê? – riu-se nervosamente.
- Porque nunca conheci uma rapariga com olhos iguais aos teus. – falou sedutoramente.
Ana sorriu e mostrou o livro à velha que sorriu, mas quando ela lhe ia entragar a quantia, a velha segurou-lhe o braço:
- É de graça. Só um aviso: nunca deverás ler o fim!
- E se eu o fizer?
- Acontecerá absolutamente o contrário do que está lá escrito, porque o futuro nós nunca podemos prever, apenas o destino.
Ana não respondeu e saiu da livraria de encontro a Keita, pensando:
“Qual é a diferença?!”
***Fim da Memória***
- Está no bolso do teu casaco. – esclareceu Ana.
Keita olhou para ela impressionado e logo de seguida tirou a caixinha do seu bolso, abriu quase a deixando cair e viu lindos diamantes ornamentando o anel de ouro.
- Tu queres casar comigo? – gaguejou encarando-a corajosamente nos olhos.
Ela sorriu e agarrou com a suas duas mãos a mão de Keita que segurava a caixinha, afegando-a e trazendo-a até junto do seu coração.
- Claro que sim, Keita.
Keita abraçou Ana e ela fez o mesmo. Ana gozou do calor dos braços robustos de Keita enquanto podia e depois afastou-se dizendo:
- Keita eu amo-te tanto... – falou sem acabar.
“Está a acontecer tudo tal e qual, eu não estou a sonhar!” Pensou, Ana. “Então agora eu dou um passo para trás para puxar Keita de um ramo que vai cair quase em cima dele, tropeço numa pedra, caio no chão e bato com a cabeça no chão. Estou morta!”
Ana puxou instintivamente Keita para junto dela e o ramo da árvore não lhe acertou, ela tropeça... Enquanto deixava-se desfalecer no vácuo, todas as memórias, todos os momentos que passaram juntos corriam-lhe pela alma, e caio no chão.
Mas...
A sua cabeça bateu em algo menos duro que o chão e abriu os olhos, sentindo apenas uma pequena dor na sua cabeça, olhou para baixo de sí e a sua cabeça bateu no livro. Ela não tinha morrido! Olhou o Keita que a ajudava a levantar e então lembrou-se das palavras da velha:
“Acontecerá absolutamente o contrário do que está lá escrito, porque o futuro nós nunca podemos prever, apenas o destino...”
Sorriu.
Fim
Uma fanfic feita por: Ninakat